O investimento público de R$ 627 mil para levar o diretor Zé Celso Martinez Corrêa e a série "Dionisíacas" para Fortaleza causou polêmica entre artistas do Ceará.
O dinheiro investido em quatro dias de apresentação supera os R$ 500 mil que o setor de teatro cearense recebe por ano do governo estadual via edital de incentivo, segundo a Secretaria de Cultura do Estado.
"A gente não é contra o Zé Celso aqui. Mas é uma quantia fora da nossa realidade", disse o ator Carri Costa, da Cia. Cearense de Molecagem.
Carri deu início à discussão ao se manifestar em uma carta aberta que repercutiu na internet.
Alguns artistas, como ele, não compareceram às apresentações, que ocorreram na semana passada. "Estou de luto e protestei", disse Edson Cândido, do Grupo Imagens.
O boicote não foi unanimidade entre artistas do Estado. "Fui ver o espetáculo e estava lotado. Não houve hostilidade ao grupo", disse o ator e diretor Ricardo Guilherme.
O ator e diretor Marcelo Drummond, do Oficina, também disse que o protesto não foi sentido nas peças.
"Acho que, em vez de se manifestarem contra o Oficina, eles deviam se manifestar a favor da cultura própria."
A secretaria de Cultura afirmou que R$ 200 mil usados para levar o Oficina foram investidos pela pasta e o restante foi liberado pelo Tesouro do Estado para a comemoração do centenário do Theatro José de Alencar, onde ocorreram os espetáculos.
A secretaria informou ainda que o incentivo à cultura no Estado é feito também de outras formas.
Na festa de Réveillon da cidade, um show de Caetano Veloso também causou polêmica. A prefeitura gastou R$ 714 mil, incluindo cachê, 19 apartamentos para a equipe e 20 passagens aéreas.
A apresentação, porém, foi feita no estilo "banquinho e violão", sem banda. A prefeitura alega que o dinheiro não foi gasto apenas com o cachê do artista, mas também com a logística do show.
Relato do ator de Rua e do Movimento Escambo Leandson de Fortaleza.
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