Articulação de Artistas em prol da Cultura Potiguar
Este documento é resultado de uma articulação de agentes culturais e artistas, apresenta de forma sucinta uma fotografia da cultura do Estado do RN, e delineia um perfil para o cargo de gestor cultural. Trata-se de uma produção textual coletiva com a participação de Augusto Pinto, Aldacir de França, Carlindo, Ceição Maciel, Cleide, Lenilda Sousa, Joriana Pontes, Messias, Nonato Santos, Toinha Lopes.
Aos leitores do blog: Comentem! Acrescentem! Escrevam o que esperam do novo gestor cultural do nosso estado.
"A cultura está acima da diferença da condição social." Confúcio
Senhora governadora Rosalba Ciarline
Somos produtores culturais, artistas profissionais, e em formação das áreas de musica, teatro, Artes visuais, Cinema, Dança e poesia. Trabalhadores da arte, com extensa folha de serviço prestado ao povo de Mossoró e do rio grande do norte, de forma presente, pulsante e continua temos trabalhado a serviço da produção, circulação e fruição dos bens culturais, bem como da democratização da arte, como forma de garantir cidadania ao povo potiguar. Nosso compromisso ético é com a função social da arte. O que nos uni no que denominamos de Articulação em defesa da Cultura Potiguar é desejo de contribuir com o governo da Sra. Rosalba Ciarlini que em seu programa de gestão já se anuncia novo, sensível e comprometido com os sonhos dos que fazem a cultura do nosso estado, quando se compromete de imediato encaminhar projete lei para criar o Fundo Estadual de Cultura com destinação de 1% da arrecadação o ICMS anual, criando assim uma fonte estável e permanente para o financiamento das atividades e iniciativas culturais. Entendemos que a criação do Fundo Estadual de Cultura pressupõe a elaboração de um Plano Estadual da Cultura, com formação do conselho paritário para que as políticas culturais sejam formuladas de forma democrática e tenham a sua continuidade garantida. Entendemos ainda que uma intensa movimentação cultural, não constitui uma política de cultura, pois de fato a política cultural que limita se à promoção de alguns eventos, os grandes espetáculos a céu aberto, os quais, ainda que se imponham como grandes realizações estéticas, não têm contribuído como se esperava para o incremento da produção artística local; por outro, entendemos que o dinheiro público deve servir principalmente, para financiar shows, eventos e projetos a que venha c ontribuir com os processos de socialização, de criatividade, que venham realçar os valores humanos.
No entanto as nossas perspectivas positivas com relação a uma nova gestão para a cultura do Rio Grande do Norte, que entendemos tende a ouvir e atender os anseios do movimento cultural; preocupa-nos a manutenção de alguns avanços pontuais que consideramos conquistas da classe artística até o presente passamos a enumerá-las:
Política de editais
Nos últimos dois anos foram inúmeros editais lançados pela FJA, podemos citar o Premio Chico Villa, Lula Medeiros, Micros Projetos + Cultura, premio Nubia Lafaete, premio cornelio Campina, premio willian cowbert, Prêmio de Dança Roosevelt Pimenta, Prêmio Moacyr Cirne de Quadrinhos, entre outros que com a seleção pública de projetos culturais, atraves utilização de editais, representou uma forma democrática e republicana para a distribuição de recursos públicos aos projetos e atividades culturais. Os editais fazem com que a destinação dos recursos públicos para a área cultural seja feita de forma transparente e aberta, com regras claras e critérios objetivos, tornando as políticas públicas de cultura mais difundidas e mais acessíveis a produtores e grupos culturais.
Pontos de cultura
Os pontos de cultura (iniciativas culturais desenvolvidas pela sociedade civil que estão sendo potencializadas pelo Governo Federal), que não passava de meia dúzia nos últimos tempos passaram para o numero de 53 em todo estado. Preocupa-nos a continuidade da parceria da fundação José Augusto e ministério da cultura no que se refere a manutenção dos 53 pontos de cultura e mais 13 em processo de implantação, havendo informação de que haveria interesse do ministério em lançar edital para mais 100.
Projeto Seis e meia
O Projeto Seis e Meia veio para Mossoró pela primeira vez em 1996, ficando até o ano de 1999 Nesta época era muito difícil realizar o projeto na cidade, pois alem de cobrir os custos da produção com a venda de ingressos, diferentemente de Natal, não havia cachê fixo e o artista local recebia o valor referente em ingressos, que ele tinha de vender. No atual formato dos seis e meia o projeto passou a ser totalmente custeado pela fundação e com a contribuição da iniciativa privada em forma de patrocínio. O projeto seis e meia traz ao estado o que tem melhor da música nacional e enaltece os artistas locais.
As casas de cultura
São 25 casas de cultura inauguradas no RN que tiveram como mérito maior o tombamento de alguns prédios históricos para o patrimônio arquitetônico cultural. Que apesar do fato de pouco se conhecer do funcionamento real destes equipamentos, entendemos que "As Casas" poderão no futuro constitui-se numa solução a um processo necessário de interiorização da Fundação José Augusto. Além de serem utilizadas para favorecer o acesso da população aos bens culturais, podem dinamizar a promoção da cidadania.
Teatro Estadual Lauro Monte Filho e Teatro Adjunto Dias.
Estes espaços teatrais conquistados pela classe artística ainda no governo Garibaldi já tiveram em tempos áureos intensa programação cultural, nos últimos anos por falta de manutenção e ausência de critérios técnicos na contratação de pessoal e mesmo a inexistência de funcionários, se tornaram verdadeiros elefantes brancos, assim se faz necessário além da manutenção dos espaços e a devida dotação orçamentária a contratação de pessoal especializado em curto prazo e em longo prazo a realização e concursos para compor o quadro técnico especializado permanente destes equipamentos.
Agosto de Teatro
Em sua segunda edição e sucesso de público, o Festival Agosto de Teatro promovido pelo Governo do Estado e realizado pela Fundação José Augusto, tendo como objetivo geral reunir os fazedores de Teatro do estado, o festival agosto de teatro veio ocupar uma lacuna enquanto espaço vitrine da produção local, possibilitando a apreciação, reflexão e discussão dos espetáculos, como também, oferecer ao público acesso às mais variadas produções teatrais potiguares promovendo o intercâmbio entre os artistas e proporcionando o debate de temas pertinentes ao fazer teatral, se constituindo como espaço de discussão de espetáculos e formação de platéias.
Além destas ações que gostaríamos que houvesse continuidade e atenção por parte do novo governo, e ainda com base nos compromissos de campanha através do programa de cultura, no que diz respeito à interiorização das escolas de arte e a estimulação da cultura de produção e consumo da arte de sugerimos a realização das ações:
Poesia Popular Nordestina
A Fundação José Augusto em parceria com a Secretaria da Educação, através oficinas de literatura de cordel e da prática do repente possibilitará a descoberta de novos valores poéticos, o que por consequência, poderá resultar numa relevante produção poética no contexto da Poesia Popular. Além da possibilidade de criar e ampliar o mercado de trabalho para cordelistas, declamadores e repentistas, o projeto será uma forma de reconhecimento e valorização dos mestres da poesia popular.
Festivais e Mostra de Cultura Popular
Aproveitando os equipamentos já existentes das Casas de Cultura, propomos ainda, a realização de Festivais de Repentistas, Festivais de Sanfoneiros, Mostras de Teatro de Bonecos, Oficinas e Cursos sobre as normas técnicas da Poesia Popular Nordestinas, Festivais de Humor, de Teatro ( cursos e oficinas ), de Música, de Folclore, todas essa ações objetivando a descoberta de novos talentos capazes de produzir arte, poesia, música e humor, o que indubitalvemente, enriquecerá e ampliará ainda mais, a cultura a arte do nosso Estado.
Preservação da Memória Histórica e do Patrimônio Cultural
Em um estado rico em manifestações culturais diversificadas, o papel dos museus, no âmbito de políticas públicas de caráter mais amplo, é de fundamental importância para a valorização do patrimônio cultural como dispositivo estratégico de aprimoramento dos processos democráticos. Para cumprir esse papel, os museus devem ser processos e estar a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento. Comprometidos com a gestão democrática e participativa, eles devem ser também unidades de investigação e interpretação, de mapeamento, documentação e preservação cultural, de comunicação e exposição dos testemunhos do homem e da natureza, com os objetivos de propiciar a ampliação do campo das possibilidades de construção identitária e a percepção crítica acerca da realidade cultural potiguar; promovendo a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio cultural, considerado como um dos dispositivos de inclusão social e cidadania, por meio do desenvolvimento e da revitalização das instituições museológicas existentes e pelo fomento à criação de novos processos de produção e institucionalização de memórias constitutivas da diversidade sócio, étnico e cultural do estado. e nesse aspecto enxergamos como imprescindível um olhar diferenciado para o museu Municipal de Mossoró tornando possível sua revitalização e a analisar a possibilidade de estadualização do Museu do Sertão, acervo de peças da economia e cultura sertaneja.
Balcão de Ferramentas Culturais
Considerando a existência de inúmeros editais no campo cultural e que Dentro da cultura, o subsetor do entretenimento que reúne cinema, teatro, televisão e música são um dos mais intensivos em trabalho (Publicado no O Estado de S. Paulo, 29/04/2008), sugerimos a criação de um balcão da cultura com atuação voltada especificamente para o fomento da economia da cultura, culturalização da economia e atividades do entretenimento. Podendo atuar tanto na capacitação de artistas e produtores e na captação de recursos, bem como da criação de uma linha de financiamento para aquisição de equipamentos e instrumentos musicais.
Ponto de Vista da Classe artística:
Acreditamos que o fortalecimento e desenvolvimento da arte e da cultura do Rio Grande do Norte, além da vontade política da governadora passam também pela habilidade administrativa e pela capacidade técnica do futuro diretor da Fundação José Augusto dada a oportunidade sugerimos um perfil que consideramos ideal para um gestor público da área cultural diante da atual conjuntura:
• Ser da confiança pessoal e ter acesso direto a governadora e outras esferas do poder executivo estadual de forma que possa realizar uma mediação de resultados e fluencia em negociaçoes que exigem carater de urgencia diante da dinamica do caotidiano do trabalho cultural.
• Ter afinidade com a comunidade artística e principalmente estar familiarizado com sua área de atuação. e ter capacidade de arregimentar, articular e manter uma equipe e colaboradores motivados.
• habilidade para convocação e o diálogo entre diversos setores da comunidade artística: instituições e sujeitos, de forma a garantir um debate plural sobre a temática, evitando assim falsos consensos e posições românticas sobre nossas diferenças;
• Conhecer os novos paradigmas das políticas públicas culturais, nos âmbitos municipal, estadual ou federal, qualificando a discussão pública a respeito do campo da cultura e sua capacidade de interlocução, de cooperação e de inter-relação com outras áreas afins, sejam elas a educação, o turismo, e economia.
• deverá reunir diferentes habilidades, como: planejamento coerente com a política adotada; gerenciamento de recursos humanos; decisões conjuntas com a equipe sobre conteúdos; domínio sobre os conteúdos, ainda que mediano; implementação de dinâmicas diferenciadas de atendimento, interação com as comunidades artísticas.
• Ter capacidade administrativa, mas também saber conduzir as relações e os recursos para realização de uma ação. Deve ter habilidade de um psicólogo e de um político neste processo. Não basta ser um “gerente”, pois o gestor é responsável também pela construção da cadeia de relacionamento da politica cultural e das pessoas envolvidas. Para isso só o conhecimento técnico administrativo não basta. È preciso entender um pouco de psicologia e política como já foi mencionado, mas é também preciso ter noções de comunicação e direito.
• Sensibilidade para compreender a lógica do campo da cultura e da arte, conhecer e apreciar a produção artística local, e regional, de forma específica por área, ou não, dependendo do perfil de cada profissional. Assim, torna-se fundamental conhecer os diferentes setores culturais e artísticos nos quais se desenvolve a ação – que é o principal foco de sua atuação como profissional – e identificar os agentes que atuam e intervêm em suas áreas específicas.
• A atual conjuntura do mercado de trabalho cultural demanda a presença de um profissional que tenha conhecimentos dos novos parâmetros a respeito dos processos constitutivos da cadeia produtiva do setor e que, além da noção das etapas básicas de trabalho em gestão cultural, como criação, produção e distribuição, considere primordialmente para o desenvolvimento de ações e iniciativas culturais.
• Formação: caráter e atitudes pluridisciplinar das tarefas faz imprescindível um nível altivo de formação tanto em disciplinas humanísticas como em gestão.
• Abertura Intelectual: estar disposto à troca e a inovação, as propostas diferentes6. Aprimoramento:
• Capacidade de lidar com relações interpessoais, de lidar com trabalhadores da arte, respeitando as diferenças e necessidades das pessoas físicas ou jurídicas.
• Fluência na comunicação que facilite compreender e ser compreendido pelos artistas promovendo um clima de confiabilidade na demanda da cultura. Percepção dos mecanismos geradores de conflitos e busca de alternativas para solucioná-las
• Reflexos: para reagir ante o inesperado, a surpresa, o impensado, que é bastante comum no campo da cultura; destreza para improvisar.
• Capacidade de adaptação e organização: indispensável para se adequar a realidade alterada, a equipes de trabalho (os gestores individualistas se esgotam rápido).
• Paciência: Em miúdos, os resultados tardam bastante em chegar, os processos são lentos…
• Atitude de serviços: se trabalha por um projeto e para as pessoas, não para satisfazer o próprio ego.
• Criatividade: indispensável para resolver situações novas, para gerar ações.
• Compreensão da administração: o gestor tem de lidar com burocracias de todas as formas, oficial e privada, e tem que estar preparado para fazê-lo com habilidade e paciência.
• A gestão da área cultural é bastante complexa, pois dialoga com outras áreas e outros saberes desta forma para dar conta de toda a diversidade exige do gestor uma formação interdisciplinar onde haja noção de economia da cultura, marketing, ética profissional, princípios jurídicos, bem como dominar técnicas de planejamento e gerenciamento organizacional levando em consideração as diferentes áreas culturais, e suas ocorrências. È indispensável que acompanhe de forma ativa as políticas culturais vigentes em todos os níveis governamentais: Municipal Estadual Federal.
Esta é nossa contribuição para o momento, e aproveitando o reiteramos aqui a nossa vontade e disposição de contribuir junto ao novo governo para o desenvolvimento artístico e cultural do nosso estado, e acreditamos que continuaremos avançando sem retrocessos. Dirigimo-nos a senhora governadora a nosso público, e ao povo do RN com a convicção que estamos no rumo certo e disposto a apoiar as políticas de investimentos para produção cultural. Finalizamos está comunicação prestando o nosso reconhecimento e estima a senhora Governadora Rosalba Ciarline e a todos e todas que acreditam na arte e na cultura como elemento propulsor para o avanço da sociedade.
“Sonho que se sonha sóÉ só um sonho que se sonha sóMas sonho que se sonha junto é realidade”
Raul seixas
Este documento é resultado de uma articulação de agentes culturais e artistas, apresenta de forma sucinta uma fotografia da cultura do Estado do RN, e delineia um perfil para o cargo de gestor cultural. Trata-se de uma produção textual coletiva com a participação de Augusto Pinto, Aldacir de França, Carlindo, Ceição Maciel, Cleide, Lenilda Sousa, Joriana Pontes, Messias, Nonato Santos, Toinha Lopes.
Aos leitores do blog: Comentem! Acrescentem! Escrevam o que esperam do novo gestor cultural do nosso estado.
"A cultura está acima da diferença da condição social." Confúcio
Senhora governadora Rosalba Ciarline
Somos produtores culturais, artistas profissionais, e em formação das áreas de musica, teatro, Artes visuais, Cinema, Dança e poesia. Trabalhadores da arte, com extensa folha de serviço prestado ao povo de Mossoró e do rio grande do norte, de forma presente, pulsante e continua temos trabalhado a serviço da produção, circulação e fruição dos bens culturais, bem como da democratização da arte, como forma de garantir cidadania ao povo potiguar. Nosso compromisso ético é com a função social da arte. O que nos uni no que denominamos de Articulação em defesa da Cultura Potiguar é desejo de contribuir com o governo da Sra. Rosalba Ciarlini que em seu programa de gestão já se anuncia novo, sensível e comprometido com os sonhos dos que fazem a cultura do nosso estado, quando se compromete de imediato encaminhar projete lei para criar o Fundo Estadual de Cultura com destinação de 1% da arrecadação o ICMS anual, criando assim uma fonte estável e permanente para o financiamento das atividades e iniciativas culturais. Entendemos que a criação do Fundo Estadual de Cultura pressupõe a elaboração de um Plano Estadual da Cultura, com formação do conselho paritário para que as políticas culturais sejam formuladas de forma democrática e tenham a sua continuidade garantida. Entendemos ainda que uma intensa movimentação cultural, não constitui uma política de cultura, pois de fato a política cultural que limita se à promoção de alguns eventos, os grandes espetáculos a céu aberto, os quais, ainda que se imponham como grandes realizações estéticas, não têm contribuído como se esperava para o incremento da produção artística local; por outro, entendemos que o dinheiro público deve servir principalmente, para financiar shows, eventos e projetos a que venha c ontribuir com os processos de socialização, de criatividade, que venham realçar os valores humanos.
No entanto as nossas perspectivas positivas com relação a uma nova gestão para a cultura do Rio Grande do Norte, que entendemos tende a ouvir e atender os anseios do movimento cultural; preocupa-nos a manutenção de alguns avanços pontuais que consideramos conquistas da classe artística até o presente passamos a enumerá-las:
Política de editais
Nos últimos dois anos foram inúmeros editais lançados pela FJA, podemos citar o Premio Chico Villa, Lula Medeiros, Micros Projetos + Cultura, premio Nubia Lafaete, premio cornelio Campina, premio willian cowbert, Prêmio de Dança Roosevelt Pimenta, Prêmio Moacyr Cirne de Quadrinhos, entre outros que com a seleção pública de projetos culturais, atraves utilização de editais, representou uma forma democrática e republicana para a distribuição de recursos públicos aos projetos e atividades culturais. Os editais fazem com que a destinação dos recursos públicos para a área cultural seja feita de forma transparente e aberta, com regras claras e critérios objetivos, tornando as políticas públicas de cultura mais difundidas e mais acessíveis a produtores e grupos culturais.
Pontos de cultura
Os pontos de cultura (iniciativas culturais desenvolvidas pela sociedade civil que estão sendo potencializadas pelo Governo Federal), que não passava de meia dúzia nos últimos tempos passaram para o numero de 53 em todo estado. Preocupa-nos a continuidade da parceria da fundação José Augusto e ministério da cultura no que se refere a manutenção dos 53 pontos de cultura e mais 13 em processo de implantação, havendo informação de que haveria interesse do ministério em lançar edital para mais 100.
Projeto Seis e meia
O Projeto Seis e Meia veio para Mossoró pela primeira vez em 1996, ficando até o ano de 1999 Nesta época era muito difícil realizar o projeto na cidade, pois alem de cobrir os custos da produção com a venda de ingressos, diferentemente de Natal, não havia cachê fixo e o artista local recebia o valor referente em ingressos, que ele tinha de vender. No atual formato dos seis e meia o projeto passou a ser totalmente custeado pela fundação e com a contribuição da iniciativa privada em forma de patrocínio. O projeto seis e meia traz ao estado o que tem melhor da música nacional e enaltece os artistas locais.
As casas de cultura
São 25 casas de cultura inauguradas no RN que tiveram como mérito maior o tombamento de alguns prédios históricos para o patrimônio arquitetônico cultural. Que apesar do fato de pouco se conhecer do funcionamento real destes equipamentos, entendemos que "As Casas" poderão no futuro constitui-se numa solução a um processo necessário de interiorização da Fundação José Augusto. Além de serem utilizadas para favorecer o acesso da população aos bens culturais, podem dinamizar a promoção da cidadania.
Teatro Estadual Lauro Monte Filho e Teatro Adjunto Dias.
Estes espaços teatrais conquistados pela classe artística ainda no governo Garibaldi já tiveram em tempos áureos intensa programação cultural, nos últimos anos por falta de manutenção e ausência de critérios técnicos na contratação de pessoal e mesmo a inexistência de funcionários, se tornaram verdadeiros elefantes brancos, assim se faz necessário além da manutenção dos espaços e a devida dotação orçamentária a contratação de pessoal especializado em curto prazo e em longo prazo a realização e concursos para compor o quadro técnico especializado permanente destes equipamentos.
Agosto de Teatro
Em sua segunda edição e sucesso de público, o Festival Agosto de Teatro promovido pelo Governo do Estado e realizado pela Fundação José Augusto, tendo como objetivo geral reunir os fazedores de Teatro do estado, o festival agosto de teatro veio ocupar uma lacuna enquanto espaço vitrine da produção local, possibilitando a apreciação, reflexão e discussão dos espetáculos, como também, oferecer ao público acesso às mais variadas produções teatrais potiguares promovendo o intercâmbio entre os artistas e proporcionando o debate de temas pertinentes ao fazer teatral, se constituindo como espaço de discussão de espetáculos e formação de platéias.
Além destas ações que gostaríamos que houvesse continuidade e atenção por parte do novo governo, e ainda com base nos compromissos de campanha através do programa de cultura, no que diz respeito à interiorização das escolas de arte e a estimulação da cultura de produção e consumo da arte de sugerimos a realização das ações:
Poesia Popular Nordestina
A Fundação José Augusto em parceria com a Secretaria da Educação, através oficinas de literatura de cordel e da prática do repente possibilitará a descoberta de novos valores poéticos, o que por consequência, poderá resultar numa relevante produção poética no contexto da Poesia Popular. Além da possibilidade de criar e ampliar o mercado de trabalho para cordelistas, declamadores e repentistas, o projeto será uma forma de reconhecimento e valorização dos mestres da poesia popular.
Festivais e Mostra de Cultura Popular
Aproveitando os equipamentos já existentes das Casas de Cultura, propomos ainda, a realização de Festivais de Repentistas, Festivais de Sanfoneiros, Mostras de Teatro de Bonecos, Oficinas e Cursos sobre as normas técnicas da Poesia Popular Nordestinas, Festivais de Humor, de Teatro ( cursos e oficinas ), de Música, de Folclore, todas essa ações objetivando a descoberta de novos talentos capazes de produzir arte, poesia, música e humor, o que indubitalvemente, enriquecerá e ampliará ainda mais, a cultura a arte do nosso Estado.
Preservação da Memória Histórica e do Patrimônio Cultural
Em um estado rico em manifestações culturais diversificadas, o papel dos museus, no âmbito de políticas públicas de caráter mais amplo, é de fundamental importância para a valorização do patrimônio cultural como dispositivo estratégico de aprimoramento dos processos democráticos. Para cumprir esse papel, os museus devem ser processos e estar a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento. Comprometidos com a gestão democrática e participativa, eles devem ser também unidades de investigação e interpretação, de mapeamento, documentação e preservação cultural, de comunicação e exposição dos testemunhos do homem e da natureza, com os objetivos de propiciar a ampliação do campo das possibilidades de construção identitária e a percepção crítica acerca da realidade cultural potiguar; promovendo a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio cultural, considerado como um dos dispositivos de inclusão social e cidadania, por meio do desenvolvimento e da revitalização das instituições museológicas existentes e pelo fomento à criação de novos processos de produção e institucionalização de memórias constitutivas da diversidade sócio, étnico e cultural do estado. e nesse aspecto enxergamos como imprescindível um olhar diferenciado para o museu Municipal de Mossoró tornando possível sua revitalização e a analisar a possibilidade de estadualização do Museu do Sertão, acervo de peças da economia e cultura sertaneja.
Balcão de Ferramentas Culturais
Considerando a existência de inúmeros editais no campo cultural e que Dentro da cultura, o subsetor do entretenimento que reúne cinema, teatro, televisão e música são um dos mais intensivos em trabalho (Publicado no O Estado de S. Paulo, 29/04/2008), sugerimos a criação de um balcão da cultura com atuação voltada especificamente para o fomento da economia da cultura, culturalização da economia e atividades do entretenimento. Podendo atuar tanto na capacitação de artistas e produtores e na captação de recursos, bem como da criação de uma linha de financiamento para aquisição de equipamentos e instrumentos musicais.
Ponto de Vista da Classe artística:
Acreditamos que o fortalecimento e desenvolvimento da arte e da cultura do Rio Grande do Norte, além da vontade política da governadora passam também pela habilidade administrativa e pela capacidade técnica do futuro diretor da Fundação José Augusto dada a oportunidade sugerimos um perfil que consideramos ideal para um gestor público da área cultural diante da atual conjuntura:
• Ser da confiança pessoal e ter acesso direto a governadora e outras esferas do poder executivo estadual de forma que possa realizar uma mediação de resultados e fluencia em negociaçoes que exigem carater de urgencia diante da dinamica do caotidiano do trabalho cultural.
• Ter afinidade com a comunidade artística e principalmente estar familiarizado com sua área de atuação. e ter capacidade de arregimentar, articular e manter uma equipe e colaboradores motivados.
• habilidade para convocação e o diálogo entre diversos setores da comunidade artística: instituições e sujeitos, de forma a garantir um debate plural sobre a temática, evitando assim falsos consensos e posições românticas sobre nossas diferenças;
• Conhecer os novos paradigmas das políticas públicas culturais, nos âmbitos municipal, estadual ou federal, qualificando a discussão pública a respeito do campo da cultura e sua capacidade de interlocução, de cooperação e de inter-relação com outras áreas afins, sejam elas a educação, o turismo, e economia.
• deverá reunir diferentes habilidades, como: planejamento coerente com a política adotada; gerenciamento de recursos humanos; decisões conjuntas com a equipe sobre conteúdos; domínio sobre os conteúdos, ainda que mediano; implementação de dinâmicas diferenciadas de atendimento, interação com as comunidades artísticas.
• Ter capacidade administrativa, mas também saber conduzir as relações e os recursos para realização de uma ação. Deve ter habilidade de um psicólogo e de um político neste processo. Não basta ser um “gerente”, pois o gestor é responsável também pela construção da cadeia de relacionamento da politica cultural e das pessoas envolvidas. Para isso só o conhecimento técnico administrativo não basta. È preciso entender um pouco de psicologia e política como já foi mencionado, mas é também preciso ter noções de comunicação e direito.
• Sensibilidade para compreender a lógica do campo da cultura e da arte, conhecer e apreciar a produção artística local, e regional, de forma específica por área, ou não, dependendo do perfil de cada profissional. Assim, torna-se fundamental conhecer os diferentes setores culturais e artísticos nos quais se desenvolve a ação – que é o principal foco de sua atuação como profissional – e identificar os agentes que atuam e intervêm em suas áreas específicas.
• A atual conjuntura do mercado de trabalho cultural demanda a presença de um profissional que tenha conhecimentos dos novos parâmetros a respeito dos processos constitutivos da cadeia produtiva do setor e que, além da noção das etapas básicas de trabalho em gestão cultural, como criação, produção e distribuição, considere primordialmente para o desenvolvimento de ações e iniciativas culturais.
• Formação: caráter e atitudes pluridisciplinar das tarefas faz imprescindível um nível altivo de formação tanto em disciplinas humanísticas como em gestão.
• Abertura Intelectual: estar disposto à troca e a inovação, as propostas diferentes6. Aprimoramento:
• Capacidade de lidar com relações interpessoais, de lidar com trabalhadores da arte, respeitando as diferenças e necessidades das pessoas físicas ou jurídicas.
• Fluência na comunicação que facilite compreender e ser compreendido pelos artistas promovendo um clima de confiabilidade na demanda da cultura. Percepção dos mecanismos geradores de conflitos e busca de alternativas para solucioná-las
• Reflexos: para reagir ante o inesperado, a surpresa, o impensado, que é bastante comum no campo da cultura; destreza para improvisar.
• Capacidade de adaptação e organização: indispensável para se adequar a realidade alterada, a equipes de trabalho (os gestores individualistas se esgotam rápido).
• Paciência: Em miúdos, os resultados tardam bastante em chegar, os processos são lentos…
• Atitude de serviços: se trabalha por um projeto e para as pessoas, não para satisfazer o próprio ego.
• Criatividade: indispensável para resolver situações novas, para gerar ações.
• Compreensão da administração: o gestor tem de lidar com burocracias de todas as formas, oficial e privada, e tem que estar preparado para fazê-lo com habilidade e paciência.
• A gestão da área cultural é bastante complexa, pois dialoga com outras áreas e outros saberes desta forma para dar conta de toda a diversidade exige do gestor uma formação interdisciplinar onde haja noção de economia da cultura, marketing, ética profissional, princípios jurídicos, bem como dominar técnicas de planejamento e gerenciamento organizacional levando em consideração as diferentes áreas culturais, e suas ocorrências. È indispensável que acompanhe de forma ativa as políticas culturais vigentes em todos os níveis governamentais: Municipal Estadual Federal.
Esta é nossa contribuição para o momento, e aproveitando o reiteramos aqui a nossa vontade e disposição de contribuir junto ao novo governo para o desenvolvimento artístico e cultural do nosso estado, e acreditamos que continuaremos avançando sem retrocessos. Dirigimo-nos a senhora governadora a nosso público, e ao povo do RN com a convicção que estamos no rumo certo e disposto a apoiar as políticas de investimentos para produção cultural. Finalizamos está comunicação prestando o nosso reconhecimento e estima a senhora Governadora Rosalba Ciarline e a todos e todas que acreditam na arte e na cultura como elemento propulsor para o avanço da sociedade.
“Sonho que se sonha sóÉ só um sonho que se sonha sóMas sonho que se sonha junto é realidade”
Raul seixas
2 comentários:
Fica para os atores culturais de Caicó pensar se é isso mesmo que a galera de Mossoró esta propondo ou se nós temos consciência do que queremos. E ai senhoras e senhores vamos sair do casulo e fazer essa reflexão ou vamos nos submeter a trajetória de quem governa?
Viva Mossoró!!!!!!!!
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