sábado, 1 de outubro de 2011

O ESCAMBO ESTÁ NAS RUAS DE CARNAÚBA

HOJE ACONTECE MAIS ATIVIDADES DO MOVIMENTO ESCAMBO DE TEATRO DE RUA EM CARNAÚBA - RN, QUE ESTÁ EM FESTA COM A PRESENÇA DO DIRETOR TEATRAL AMIR HADDAD, QUE FALARÁ SOBRE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ARTES DE RUA. DURANTE O FIM DE SEMANA A CIDADE DE CARNAÚBA TRANSFORMA-SE NA CAPITAL DAS ARTES DE RUA... UM ABRAÇO AOS AMIGOS QUE ESTÃO PRESENTES NESSA GRANDE CELEBRAÇÃO CULTURAL, COMO ESTOU ENVOLVIDO NA PROGRAMAÇÃO DA III ALDEIA SESC NÃO PODEREI PARTICIPAR. MAS, MANDO MUITA ENERGIA POSITIVA... MUITA, MUITA MERDA!!!


CONHECENDO Amir Haddad,  (1937)
Biografia

Amir Haddad (Guaxupé MG 1937). Diretor e ator. Dirige grupos alternativos na década de 1970 fundamentando uma linha de trabalho significativamente pesquisada por essa geração: disposição não convencional da cena; desconstrução da dramaturgia; utilização aberta dos espaços cênicos; e interação entre atores e espectadores. Essa linha de pesquisa se sedimentará no seu trabalho como diretor a partir da fundação do Tá na Rua, em 1980, grupo que encabeça até hoje.
Sai de Rancharia, interior de São Paulo, em 1954, para estudar na capital. Em 1957, interrompe a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde tem como colegas José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, que o convidam para dirigir Cândida, de Bernard Shaw. Participa da criação do Teatro Oficina, trabalhando em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles, e Vento Forte para Papagaio Subir, de José Celso Martinez Corrêa, ambas em 1958. Em 1959, ainda com o Oficina, participa, entre outras, de A Incubadeira, de José Celso Martinez Corrêa, que lhe vale seu primeiro prêmio de melhor direção.
Desligando-se do Teatro Oficina, segue em 1961 para Belém, no Pará, realizando uma série de trabalhos para a Escola de Teatro de Belém. Em 1965, o Teatro Universitário Carioca o convida para dirigir O Coronel de Macambira, de Joaquim Cardoso, e Amir acaba por permanecer no Rio de Janeiro. Lá é um dos fundadores do grupo A Comunidade, sitiado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, que se projeta em 1969 com o espetáculo A Construção, de Altimar Pimentel, atribuindo a Amir o Prêmio Molière de melhor direção. Em 1970, realiza mais dois espetáculos com o grupo: Agamêmnon, de Ésquilo, e Depois do Corpo, de Almir Amorim. No mesmo ano, ganha o segundo Molière, com O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau. Em 1972, no Rio de Janeiro, segundo o crítico Yan Michalski, "apenas um espetáculo de grandes méritos e força de personalidade salva a honra da temporada: Tango, fascinante fábula moral e política do polonês Slawomir Mrozec, que Amir Haddad dirigiu com alegre soltura, num tom que oscilava entre farsa rasgada e ópera bufa, mas sempre com um fogo de artifício de idéias diretoriais..."1 Tango é uma produção da atriz Tereza Raquel, em que Amir ganha o prêmio Governador do Estado de melhor diretor. Com o Grupo de Niterói, faz SOMMA, no Teatro João Caetano, 1974, espetáculo que continua as experimentações do A Comunidade, chamando a atenção por colocar a platéia no palco, adotando a improvisação como um dos motores fundamentais da cena. Em 1980, funda o Tá na Rua, fazendo apresentações de rua baseadas em cenas de criação coletiva. Em 1984 estréia com o grupo o espetáculo Morrer pela Pátria, de Carlos Cavaco, encenado por mais de três anos, contribuindo para a pesquisa de demolição da linguagem do teatro convencional do conjunto, que desemboca no seu trabalho de teatro de rua.
Realiza, também, trabalhos no teatro comercial, que lhe valem o Prêmio Shell por Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar em 1989; e o Prêmio Sharp, por O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, em 1996. Dirige, ainda de Shakespeare, Noite de Reis, em 1997; e O Avarento, de Moliére, em 2000.
Como professor trabalha de 1961 a 1964 na Escola de Teatro do Pará, em Belém, e a partir daí a atividade docente é permanentemente exercida. De 1966 a 1973 dá aulas no Rio de Janeiro na Escola de Teatro da Federação das Escolas Federais Isoladas no Estado do Rio de Janeiro, atual Universidade do Rio de Janeiro, e entre 1965 e 1978 na Escola de Teatro Martins Pena. Trabalha na Formação do Núcleo de Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, de 1992 a 1995, além de aplicar cursos em muitos eventos de artes cênicas no país e no exterior, sendo, inclusive, pedagogo convidado da Escola Internacional de Teatro Latino-Americano e Caribe, em Havana.
A partir da década de 1990, Amir aprofunda suas pesquisas de teatro de rua, fazendo diversas encenações de Cortejos e Autos pelo país, movimentando milhares de pessoas nessas encenações, tendo quase sempre presente alguns dos integrantes do Tá na Rua.
A capacidade de transitar com a mesma desenvoltura entre produções convencionais e megaespetáculos populares faz de Amir um diretor singular no cenário do teatro brasileiro contemporâneo.

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